No dia 27 de junho realizamos nossa I Conferência Estadual de Pessoas Migrantes Internacionais, refugiadas e apátridas LGBTTQIA+, que contou com a participação expressiva dessa comunidade e de pessoas brasileiras aliadas a suas lutas.
Temos argumentado que pessoas migrantes e refugiadas LGBTTQIA+ ocupam uma espécie de “não lugar”: por um lado, dados e políticas voltadas para população migrante não consideram as necessidades específicas de pessoas LGBTTQIA+. Por outro, as políticas LGBTTQIA+ não abarcam as particularidades da população migrante internacional. O que observamos na prática é como esse apagamento acaba produzindo violências e agravando as barreiras estruturais com que essas pessoas convivem, como barreiras linguísticas e burocráticas, o racismo, a xenofobia e os efeitos da ausência de redes de apoio próximas.
Nesse dia do Orgulho, queremos destacar a importância de espaços de participação política interseccionais e interculturais, como esses da Conferência Estadual.
Tivemos uma tarde muito produtiva de debates que resultaram em propostas de políticas públicas, que serão Encaminhadas na 4ª Conferência Nacional dos Direitos das Pessoas LGBTQIA+ em Brasília, para cada um dos seguintes eixos temáticos:
Eixo 1: Enfrentamento à violência LGBTQIA+;
Eixo 2: Trabalho digno e geração de renda para a população LGBTQIA+;
Eixo 3: Interseccionalidade e internacionalização;
Eixo 4: Institucionalização da Política Nacional dos Direitos das Pessoas LGBTQIA+.
Saímos desse evento com a certeza que nossa potência está na construção coletiva e intercultural de redes de afeto, luta e resistência. E que a luta por direitos é o que nos move em direção a transformações sociais concretas, para que todas as pessoas migrantes internacionais e refugiadas LGBTTQIA+ possam existir com dignidade.
Agradecemos a participação de todas as pessoas na Conferência.
Seguimos celebrando o Orgulho LGBTTQIA+, um Orgulho em que todas os corpos e vivências tenham lugar e se sintam verdadeiramente acolhidas.✊️🤎